Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

SOBRE PAIS: DIREITOS E DEVERES – PARTE II

Regina Rozenbaum
Na pós-modernidade, homens e mulheres tem sido levados a reavaliar a sua função de pais. A velocidade avassaladora das transformações em todos os sentidos da vida cotidiana afeta, como não poderia deixar de fazê-lo, as insígnias paternas. As evidentes mudanças que emergiram a partir da decadência dos ideais provocaram alterações de paradigmas, acarretando perdas de referências e de identidade da imago paterna e materna e, consequentemente, modificando as relações de filiação.
A mania “psicológica” de se explicar demais para as crianças, de explicar aquilo que os adultos não tem a menor convicção, simplesmente acaba não transmitindo nada. Há momentos em que se pode dialogar, como no caso em que a mãe ou o pai proíbe a criança de subir numa cadeira para que ela não se machuque. Há outros casos, porém, em que é só não e pronto, necessário também na formação das crianças.
Por causa da “psicologização” das relações familiares, as pessoas não fazem isso por não estarem certas do que tem que fazer, e uma mãe não sabe mais o que é ser uma mãe; um pai não sabe mais o que é ser um pai.
Além dos efeitos da psicologização, o ritmo atual da vida dos pais está corroendo a distância entre pais e filhos. Ao sair de manhã e só voltar à noite, os pais acabam não convivendo e não conhecendo seus filhos, o que faz com que sintam culpados. Como forma de compensar a ausência e a culpa que sentem, acabam permitindo demais.
O que os filhos realmente querem, é que os pais se importem com eles e de maneiras variadas, pedem para fazer valer um ditado do tempo de nossos avós: “é de pequeno que se torce o pepino”.
P. tem oito anos.Entrega, numa sessão, uma folha escrita, caprichosamente, com o que quer de seus pais e de si mesma (o negrito é meu):

Direitos de uma filha:
1.Ter um pai presente.
2.Ter carinho.
3.Ter atenção.
4.Ter ajuda.
5.De falar.
6.De ser solidária.
7.De ter uma família unida.
8.De diversão.

Deveres de uma filha:
1.De respeitar.
2.De amar.
3.De colaborar.
4.De ouvir.
5.De saber seus limites.
6.De dar atenção.
7.De dar o que os pais merecem.
8.De ser proibida.

Direitos de um pai
1.Ser amado.
2.De errar.
3.Ser ouvido.
4.Ser respeitado.

Deveres de um pai
1.Estar presente.
2.De ouvir.
3.De não achar que ele esta sempre certo.
4.Ajudar a educar.
5.Amar sua filha.
6.Trata-la bem.
7.Compreendê-la.
Desde pequenas e ao longo do crescimento, as crianças pedem limites, contenção, equilíbrio, proteção e segurança aos pais. Elas pedem educação, elas pedem que eles as transformem em gente! Quanto à novela? Bem, ela está só no começo.

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