Esses últimos dias de maio peguei uma gripe que quase me derrubou. De alguma maneira eu já a aguardava há mais de dois meses. Quando estamos sob muita tensão, vivenciando emoções num ritmo muito alucinado, não damos conta de digerirmos e aí ocorre uma somatização. Cada um tem, e sabe bem, seu ponto fraco. Quando meu sistema imunológico cai, o emocional despenca, vem a gripe e me obriga a desacelerar e elaborar. O resfriado sempre aflige a pessoa quando ela enfrenta situações críticas, quando se "sente entupida até o nariz" ou "está a ponto de sufocar" com algo. Por situação de crise significamos, aqui, aquelas situações corriqueiras, mas importantes para a nossa psique; nossos desejos de fuga devido ao cansaço se manifestam pela necessidade de repouso, que assim tem uma justificativa legítima. Nossa gripe/resfriado permite que nos afastemos primeiro da situação desagradável e que nos dediquemos um pouco mais a nós mesmos. Nossa sensibilidade pode extravasar-se através do âmbito corporal.
A medicina natural tem razão quando vê na gripe/resfriado um processo saudável de purificação através do qual as toxinas são expulsas do corpo; no âmbito psíquico, as toxinas correspondem aos problemas que, analogamente, são liquefeitos e expelidos! Corpo e alma saem fortalecidos da crise, até a próxima vez em que as coisas "ultrapassarem o limite do nariz"...
Voltando a minha gripe, essa foi bem diferente, eclodida após um banho de ar condicionado.
Na última quinta feira exercitei o mais intenso “ócio criativo”: fui assistir às 12h40min, com minha melhor amiga, ao filme Divã. Nesse horário, não preciso dizer que estávamos sozinhas, na gigantesca e gelada sala do cinema. Acompanhadas de algumas guloseimas, permitidas para tal horário, rimos a valer, lembramos de situações muito semelhantes vividas por nós ou contadas por amigas, conhecidas, clientes... O melhor de tudo foi a constatação de que quando estamos inteiras, de bem com a vida, emocionalmente “tratadas”, ninguém nos segura. Saí do cinema e tive que ligar para Júnia (que já havia visto o filme) para dar continuidade à conversa iniciada no domingo.
- Você foi agora????
- Estou acabando de sair de uma exibição exclusiva!
- Sozinha?
- Não, vim com minha melhor amiga.
-???
- Eu mesma.
Assim, à noite, o corpo começou a doer, arrepios de frio, febre, coriza, aquele mal estar generalizado, mas tudo minimizado pelas minhas lembranças, das muitas horas já vividas numa horizontal de nome divã. Nada como uma boa psicanálise!
Na última quinta feira exercitei o mais intenso “ócio criativo”: fui assistir às 12h40min, com minha melhor amiga, ao filme Divã. Nesse horário, não preciso dizer que estávamos sozinhas, na gigantesca e gelada sala do cinema. Acompanhadas de algumas guloseimas, permitidas para tal horário, rimos a valer, lembramos de situações muito semelhantes vividas por nós ou contadas por amigas, conhecidas, clientes... O melhor de tudo foi a constatação de que quando estamos inteiras, de bem com a vida, emocionalmente “tratadas”, ninguém nos segura. Saí do cinema e tive que ligar para Júnia (que já havia visto o filme) para dar continuidade à conversa iniciada no domingo.
- Você foi agora????
- Estou acabando de sair de uma exibição exclusiva!
- Sozinha?
- Não, vim com minha melhor amiga.
-???
- Eu mesma.
Assim, à noite, o corpo começou a doer, arrepios de frio, febre, coriza, aquele mal estar generalizado, mas tudo minimizado pelas minhas lembranças, das muitas horas já vividas numa horizontal de nome divã. Nada como uma boa psicanálise!
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