"Recordação é quando, sem autorização, seu pensamento torna a mostrar um episódio”.
“Saudade é quando o momento tenta fugir da recordação para aparecer de novo e não consegue”.(li ou ouvi em algum lugar e não me recordo de quem é.)
Bati a campainha da Santa Rita Durão três vezes, era o meu toque de sempre.
- É você, Regina?
- Sou, mãe. Abre depressa porque estou apertada para fazer xixi!
Dei um beijo apressado na sua bochecha e fui para o banheiro, ouvindo ela dizer que estaria na cozinha, pois estava fazendo “carne com quiabo”, “tomates reinados”.
- É assim! Desde cedo nessa cozinha. Serviço não falta, uma esfregatina só. É uma para fazer e muitos para comer!
Sorri pensando quantas e quantas vezes, ela sempre cozinhava, reclamava da trabalheira, do dia inteiro passado na cozinha, das dores nas pernas, à noite, enquanto via seu jornal e de como sempre se alegrava com a família em volta da mesa, naquele burburinho todo!
- Tem que contar cabeças e bonetas. Eliana ainda não chegou, vou deixar um prato para ela.
Voltando para a cozinha lhe contei que estive com Mary, que vi Gracy na festa da rua, que Verônica lembrou de uma das suas máximas: “tem que comemorar a vida”, que Pigão ligou convidando para o aniversário de 50 anos, – Já comprou o presente? Esse menino vale ouro! Que Beni chega no dia primeiro de julho - “Traz ela aqui pra lanchar”, que tinha ido à casa do Richard e recebido, além de muitos abraços carinhosos do mais puro amor, uma benção de nome Anderson...
O despertador tocou e por mais que quisesse continuar, percebi que havia sonhado com mamãe. Fechei os olhos, com força, para retomar aquelas cenas que estavam tão reais! Em vão.
Já sintonizada com a realidade das seis da manhã de uma quarta-feira, vi que hoje faz três meses que ela partiu.
Tento explicar, aos mais próximos, que o luto é um longo caminho, que começa com a dor viva da perda de um ente querido e declina com a aceitação serena da realidade do seu desaparecimento e do caráter definitivo da sua ausência. Ausência que se faz presença em outras formas de representações.
Tento explicar o que não é explicável.
“Saudade é quando o momento tenta fugir da recordação para aparecer de novo e não consegue”.(li ou ouvi em algum lugar e não me recordo de quem é.)
Bati a campainha da Santa Rita Durão três vezes, era o meu toque de sempre.
- É você, Regina?
- Sou, mãe. Abre depressa porque estou apertada para fazer xixi!
Dei um beijo apressado na sua bochecha e fui para o banheiro, ouvindo ela dizer que estaria na cozinha, pois estava fazendo “carne com quiabo”, “tomates reinados”.
- É assim! Desde cedo nessa cozinha. Serviço não falta, uma esfregatina só. É uma para fazer e muitos para comer!
Sorri pensando quantas e quantas vezes, ela sempre cozinhava, reclamava da trabalheira, do dia inteiro passado na cozinha, das dores nas pernas, à noite, enquanto via seu jornal e de como sempre se alegrava com a família em volta da mesa, naquele burburinho todo!
- Tem que contar cabeças e bonetas. Eliana ainda não chegou, vou deixar um prato para ela.
Voltando para a cozinha lhe contei que estive com Mary, que vi Gracy na festa da rua, que Verônica lembrou de uma das suas máximas: “tem que comemorar a vida”, que Pigão ligou convidando para o aniversário de 50 anos, – Já comprou o presente? Esse menino vale ouro! Que Beni chega no dia primeiro de julho - “Traz ela aqui pra lanchar”, que tinha ido à casa do Richard e recebido, além de muitos abraços carinhosos do mais puro amor, uma benção de nome Anderson...
O despertador tocou e por mais que quisesse continuar, percebi que havia sonhado com mamãe. Fechei os olhos, com força, para retomar aquelas cenas que estavam tão reais! Em vão.
Já sintonizada com a realidade das seis da manhã de uma quarta-feira, vi que hoje faz três meses que ela partiu.
Tento explicar, aos mais próximos, que o luto é um longo caminho, que começa com a dor viva da perda de um ente querido e declina com a aceitação serena da realidade do seu desaparecimento e do caráter definitivo da sua ausência. Ausência que se faz presença em outras formas de representações.
Tento explicar o que não é explicável.
Lindo e emocionante...
ResponderExcluirOntem tentei falar com você mas acho que estava com o número errado.
Vou te ligar mais tarde para combinar nosso prometido encontro.
Parabéns pelo Blog, adoro passear por ele.
Bjos
Ei Querida
ResponderExcluirAdorei te ver na terça-feira aqui em casa.
Acho que sua luta está sendo vencida dia a dia.
Não desanime e conte sempre conosco
Meu marido R, tem um blog, vc crê?
www.richardlimaarteearquitetura.blogspot.com
Oi Regina, agora eu também tenho um blog e podemos interagir também por aqui.
ResponderExcluirAbraços