Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

sábado, 7 de novembro de 2009

CORRENTE DO BEM


Quarta-feira, o7 de novembro de 2007. Acordei tonta, com muito mal estar e pensei: mais uma crise de P.I.ª (p....da idade avançada) ou novamente a tal da labirintite (também considerado um dos sintomas de P.I.ª)?

De qualquer maneira, independente do diagnóstico, tive que cancelar toda a agenda do consultório, pois a zonzeira insistia em colocar meus pensamentos a girar como estivesse naqueles brinquedos de alta rotatividade.
Muitas e muitas voltas depois, uma imagem de alguém, muito querida, insistia em pegar carona no meu brinquedo e junto com ela perguntas, comentários, notícias e orações sobre seu estado de saúde. Meu mal estar aumentou e pensei: como posso ser mais efetiva para ajudá-la? Peguei o telefone de impulso e liguei para o Richard onde tento transcrever o nosso diálogo:
Ri: Alô!
Re: Richard, tudo bom?
Ri: Ótimo!
Re: Posso falar um minutinho?
Ri: Claro! Fala menina! (amei o menina e por instantes a síndrome de P.I.ª deu trégua)
Re: Estive pensando em tudo que está acontecendo com nossa Márcia Abobrinha e uma idéia surgiu para podermos ajuda-la com as novas necessidades que surgiram a partir dessa última cirurgia. O que você acha de fazermos um Bazar? Tenho alguns amigos lojistas, pedirei algumas doações de produtos, blá, blá, blá...
Ri: Ótima idéia, menina!
Re: E... (toda sem jeito, mas com a cara de jacarandá que D’US me deu) Você pode doar mais um pedacinho da sua casa para monta-lo?
Ri: Claro!
Combinamos que montaríamos o Bazar no sábado e sem perder tempo ainda no meu brinquedinho rotatório liguei para Júnia, Renato, Márcia do Godoy, Syl e Zé, Bê (obrigada pelo design, espero que ele se torne nossa “marca” para outros trabalhos que surgirem) expus a idéia e solicitei ajuda. Em seguida dei os telefonemas para os amigos lojistas e magicamente a corrente se fez de uma maneira indescritível!
Sábado chegou e estávamos montando o I Bazar da Casa do Richard com as doações esperadas e inesperadas (Cristina, obrigada). De todos, e tudo que pedi, só recebi sim como resposta!
Ao longo desses nove dias de Bazar, alguns sentimentos me vieram e compartilho agora com vocês.
Quando se é criança é educada, a doar, a fazer caridade, a ajudar o próximo mais necessitado, mas esqueceram de nos ensinar a receber: o amanhecer de cada dia, o funcionamento perfeito de nossos corpos, as nossas conquistas, as risadas, o companheirismo, os momentos de êxtase, o sol que aquece, a chuva que faz nascer, as estrelas que iluminam enfim, todas as Graças que recebemos do PAI, totalmente 0800!
Pude sentir na minha alma, como tudo aquilo que lemos em e-mails, estudamos nos livros, ouvimos em depoimentos, vemos em filmes é realmente possível de acontecer... Quando trabalhamos com e através do coração tudo flui, acontece, se concretiza.
Penso que cada um de nós chegou a esta casa por algum motivo, buscando alguma coisa, trazendo outras. Uns permanecem, outros vão e voltam, alguns não retornam, mas em algum momento, através de bilhetes, presença física ou espiritual, estão aqui recebendo a energia de amor incondicional do PAI.
Descobri também que uma palavra – sintonia - está ligada a afinidade, e harmonia a paz. Você gosta do verde, eu do amarelo. Nós não estamos em sintonia, mas mesmo assim, podemos viver em harmonia. Podemos juntar nossas cores e criarmos um verde-amarelo esfuziante. E, se não der, por qualquer motivo, reunimos nossas cores nos respeitando.
Assim, nesses últimos dias pude voar e sentir o que acontece quando nos unimos e nos empenhamos sintonizados e harmônicos.
Agradeço ao Richard e a Lúcia que através de seu desapego disponibilizaram mais um pedaço dessa casa para concretizarmos essa vivência.
Agradeço a cada amigo que recebeu e atendeu nosso pedido.
Agradeço a cada pessoa, que entrou nesta casa e se solidarizou com nossa empreitada.
Agradeço a cada trabalhador da Casa do Richard que, ano após ano, doa seu tempo, seu amor, sua luz para todos que aqui entram às terças e quintas oficialmente e nos outros dias também. OBRIGADA SEMPRE!
Saudades de fazer...

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