Não importa onde estamos, numa mesa de bar ou no divã do analista, nossa mente nunca para e nossos medos e desejos nunca nos abandonam. Nem por um instante nos separamos do que realmente somos e, por mais difícil que seja, não controlamos cem por cento nossas atitudes. Se Freud, após 40 anos de estudo da mente humana, continuou com várias dúvidas sobre o ser humano, quem sou eu ou você para julgar as “crises histéricas” da melhor amiga? Só Freud explica!?!
Coisas simples que todos vivemos,pensamos,sentimos e nem sempre conseguimos partilhar. Assuntos, temas, extraídos da minha experiência clínica e do meu cotidiano. Em alguns você pensará: tô fora... Em outros: tô dentro...

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

NO CALOR DA VIDA

Não, não abandonei o Divã. É que o calor anda tão insuportável que suga a inspiração da escrita. A temperatura amena das minhas Gerais, clima propício para sarar determinadas doenças, desapareceu há anos junto com nossas montanhas. Sobra secura, moleza, irritação num trânsito infernal e suor.  Sei que esse clima, mundialmente enlouquecido, é a resposta da Mãe Natureza aos atos inconsequentes do Homem. Colhemos o que plantamos, simples assim. Fui informada que esse é um ano de finalizações, realização, emoções, doação e interpretação. A vida está pedindo que acabemos com alguma coisa que já não serve mais a um propósito. Recordações há muito tempo esquecidas surgem de repente e misteriosamente. Elas são provocadas por eventos que acontecem no presente. Mas é impossível estar completamente no presente enquanto metade de nós estiver presa em algum lugar do passado. Não se pode olhar para frente se nossas emoções continuam a nos arrastar para trás. As coisas estão terminando, não começando. Na verdade, nada de novo pode começar enquanto conclusões emocionais necessárias acontecem. Percebo, mais do que nunca, que esse é um tempo de dar! Dar simplesmente por dar, sem nenhuma expectativa de retorno ou agradecimento. Mas não nos esqueçamos das diversas formas de dar que existem. Entre essas se incluem o amor, a generosidade, a aceitação, o tempo, a ajuda e a energia criativa! Às vezes, dar inclui ceder, entregar ou até mesmo renunciar. E só nós poderemos determinar o que precisamos dar e para quem. E lembremos também de que doação requer sempre desistir (abrir mão) de alguma coisa! Vou ali me refrescar, arejar as ideias, e volto qualquer dia desses. Enquanto isso estou doando esse calorão para quem desejar.

17 comentários:

  1. Olá, RÊ!

    Pois hoje vou começar pelo fim: para dizer que aceito de bom grado a doação desse calorão mais o sol que por aí faz, porque por cá vai um Inverno tão frio e chuvoso que até já causa "depressão"...Parece ter chegado a altura de colher o que semeámos;espero que esteja enganado...!

    E voltando ao princípio e às palavras de Paulo Coelho; oxalá que ele tenha razão.Se não tiver, pelo menos o pensamento serve de consolação...

    Beijinhos. E lembre-se de que não há-de calorão que sempre dure...

    Vitor

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  2. Olá, de novo/correcção ao anterior

    Queria eu dizer: não há calorão que...
    Vitor

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  3. Maravilha de texto que nos faz pensar e isso é legal! Quanto à tua doação do calor, esta eu PASSO,rs Aqui temos de sobra!! bjs,chica

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  4. Oi Regina,

    um texto refrescante para este calor de ideias que vivemos... Muito bom!

    Abraços

    Leila

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  5. Otima reflexão sobre os efeitos da natureza bem como as influencias às quais estamos submetidos Regina. Minas e o mar de montanhas em chamas e o povo sem entender nada e cada ano a coisa é mais severa.Mas ja vejo chuvas no ar de Minas e logo vem as chuvas que fazem inundar os rios e alegria das geradoras.
    Mas doar,dar o melhor de nós não tem preço, nos faz melhor e mais eficiente na vida.
    Um lindo fim de semana com alegria e paz.
    Meu terno abraço mineiro de flor.
    Bjo de paz e luz.
    Sem calor mas com Sol.

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  6. Encomende 20 mm de chuva por dia para março, guarnecida com sopros leves de brisa perfumada. Beijo.

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  7. Oi, Regina!
    Aqui no leste paulista também está quente e seco. O medo é que nos falte água.
    Quanto à doação, você me fez atinar sobre a renúncia, o ato de passar a vez, de priorizar o outro. É um ensaio para a vida toda...

    Beijin procê.

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  8. Olá Rê!
    De facto estranhei um pouco a ausência, mas também soube desse calorão que por aí tem andado!!
    Li aqui algo do tipo que por vezes mencionámos como pensamentos de outrem (por norma intelectuais famosos), para exemplificar ideias, situações ou algo do género! Eu sou da opinião de que também nós sabemos ... temos, dessas frases "intelectuais" ou sábias, por isso vou colocando algumas que tenho lá no início do blog! Penso que deverias fazer o mesmo com este pensamento que aqui deixas - É impossível estar completamente no presente, enquanto metade de nós estiver preso(a) a algum lugar do passado!
    Lindoooo Rê!!
    Bjs, fica bem.

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  9. Odeio calor e estou sofrendo com esse tempo maldito. E divã só se tiver ar condicionado. rs Gostei do texto. bjs

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  10. Passado, presente e futuro são ligados e interagem continuamente, mas na nossa dimensão é difícil perceber...
    Quanto ao calor, eu passo a vez...
    Graças a Deus, por aqui deu uma aliviada!
    Bjs, Rê!

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  11. Ai amiga recomeçar é tão dificil, deixar o passado la no passado muito mais e suportar esse calorão...Só Jesus na causa. Saudades daqui. Bjos achocolatados pra ti flor.

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  12. Amo o calor, em especial o humano.
    Não sumi, a Internet rápida e que me fez dar um tempo....sabe eu estou acostumando

    Tenho até medo de gostar demais, afinal não é de bons tons uma criatura hoje em dia, que opte por não querer ficar plugada 24 horas por dia .
    Nessas suas andanças a procura de uma brisa, não se esqueça de mim, água e a fresca eu tenho em casa.
    Beijos Wilma

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  13. Re,

    O calor me deixa meio mole, não gosto, não acho producente, nem mesmo para andar mais rapidamente pelas ruas.

    Eu sempre quero recomeçar, tudo, tudo que puder e que tenha direito. Já me dei conta que dar é me amar mais. Então, aprendi não esperar nada de ninguem. Conto comigo mesma.

    Bjs

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  14. Bem, por cá bem aceitaríamos o excesso do calor daí...
    Não vou deter-me nos excertos em que foca os desvarios do Homem face à Natureza (subscrevo, por vezes escrevo sobre esses aspetos).
    Detenho-me nas reflexões sobre o que parece que está terminando/ necessidade de recomeço, etc.
    Acredito que, cada vez mais pessoas, sintam a necessidade de acabar com paradigmas que só nos trouxeram infelicidade. Mas teremos poder para mudar? Parece que o "sistema" está tão inquinado que já não há sistema imunitário que o salve...Entretanto, façamos o que pudermos em favor dos sentimentos humanos...
    Saio do teu cantinho, querida Rê, hoje, muito pensativa!

    BJUZZZ :)

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  15. Rê, Encalorada Amiga,

    Obrigado pela dádiva abrazadora do seu calorão. O clima está mesmo de excessos, resultado, como muito bem diz, das agressôes a que nós os seres humanos sujeitamos a Mãe Natureza.
    Quanto ao passado, recuperemo-lo para lhe dar um ar moderno.
    Mas, tudo isso é suportável, face ao contraponto do prazer de estar aqui, refestelado no seu divã, e poder dar-lhe o meu xião.
    Jorge

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  16. Oi, Regina!
    Se for calor do coração, eu aceito! :)
    A falta de respeito do homem para com a Mãe Natureza e também à sua própria natureza, como filho dessa mãe só poderia resultar em caos. Se respeitássemos os nossos ciclos, deixando que as fases se cumprissem integralmente, veríamos que é para frente que se anda, assim como é fato que o que é passado, lá deve ficar!
    Boa semana!!
    Beijus,

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